Fala galera ninja do MTB, nos últimos três anos o mountain bike (MTB) vem deixando de ser nicho competitivo para se consolidar como uma das modalidades recreativas com maior expansão em público e consumo de produtos/serviços relacionados, das trilhas locais ao mercado de e-bikes. Reunimos pesquisas e levantamentos publicados entre 2023 e 2025 para explicar esse crescimento, o que ele significa para o Brasil e para o Piauí, e como a comunidade pode aproveitar a onda.
O que dizem os números (2023–2025)
- Plataformas de inscrição e levantamento de eventos mostram um aumento no número de participantes em ciclismo registrado entre 2023 e 2024, com crescimento de cerca de 6,1% no total de inscritos apesar de redução no número de provas — sinal de maior profissionalização e concentração de público em eventos selecionados. (Bike aos pedaços)
- O mercado global de mountain bikes segue em expansão: estimativas de 2024–2025 apontam um mercado avaliado em bilhões de dólares, com projeções de crescimento (CAGR) na casa dos 8–12% para os próximos anos — impulsionado por maior interesse em atividades outdoor e turismo de aventura. (The Business Research Company)
- Dentro desse cenário, as e-MTBs (mountain e-bikes) se destacam como motor importante de receita: relatórios de mercado de e-bikes mostram crescimento robusto do setor entre 2023 e 2025, com projeções significativas para 2025. A eletrificação está ampliando o acesso a trilhas mais técnicas e distâncias maiores. (Grand View Research)
- Pesquisa de plataformas e mídia especializada indica também um aumento no engajamento digital e no interesse por competições e transmissões — por exemplo, relatórios de 2024 mostram alto índice de seguidores e audiência para conteúdos de MTB, reforçando o papel das redes na popularização da modalidade. (pinkbike.com)
Por que o MTB cresce como atividade recreativa?
- Busca por atividades ao ar livre e bem-estar — a pandemia acelerou a procura por esportes que combinam exercício, contato com a natureza e baixo custo relativo (para quem já tem bike). Trilhas e passeios em grupo tornaram-se programas de fim de semana para famílias e grupos de amigos. (Bike aos pedaços)
- Tecnologia e e-bikes — a popularização das e-bikes reduz barreiras físicas (subidas, distâncias), atraindo iniciantes, pessoas mais velhas e quem busca passeios menos extenuantes mas mais longos. Isso altera o público típico do MTB e aumenta o mercado de bicicletas e serviços. (Grand View Research)
- Economia de experiência e turismo esportivo — destinos com trilhas bem estruturadas têm visto aumento de visitantes; turismo de aventura impulsiona aluguel de bikes, guias, pousadas e comércio local. (The Business Research Company)
- Conteúdo e comunidade — canais, eventos transmitidos, e mídias sociais transformaram o esporte em cultura de consumo (vídeos, lives, podcasts), aproximando leigos e transformando espectadores em praticantes. (pinkbike.com)
Impactos para o Brasil e para o Piauí
- Oportunidade econômica local: lojas de bike, mecânicos, guias, eventos e pousadas podem captar parte desse crescimento. Relatórios nacionais indicam que a participação em eventos e o consumo ligado ao ciclismo mantêm trajetória positiva. Para o Piauí, com trilhas, áreas rurais e parques naturais, há potencial para desenvolver roteiros de cicloturismo e eventos regionais. (Bike aos pedaços)
- Inclusão e diversidade: embora relatórios mostrem que o perfil do praticante ainda tende a ser majoritariamente masculino em muitos mercados, a entrada de e-bikes e programas para iniciantes tem potencial para aumentar a participação feminina e de faixas etárias maiores—se políticas e iniciativas locais favorecerem acessibilidade e segurança. (Grand View Research)
- Desafios de infraestrutura e segurança: crescimento sem planejamento pode gerar conflitos em áreas públicas e problemas de segurança viária. Investimento em sinalização de trilhas, educação de ciclistas e campanhas de convivência no trânsito são essenciais. (The Guardian)
Recomendações práticas para organizações locais:
- Mapear e certificar trilhas — criar inventário de trilhas por dificuldade; incentivar sinalização e manutenção colaborativa.
- Promover cursos e dias de iniciação — aproveitar o interesse crescente oferecendo aulas, clubes de passeio e aluguel de bicicletas (inclusive e-bikes) para quem não possui equipamento.
- Apostar em conteúdo — produzir vídeos e transmissões (reels, lives) com dicas, roteiros locais e cobertura de passeios: isso atrai público e patrocinadores. (pinkbike.com)
- Articular com turismo e comércio — criar pacotes trilha + hospedagem + guia; incentivar parcerias com pousadas e oficinas. (The Business Research Company)
- Focar em segurança e inclusão — campanhas para convivência com motoristas, rotas seguras para iniciantes e eventos com categorias de acesso facilitado para mulheres e novos praticantes. (The Guardian)
Entre 2023 e 2025 o mountain bike deixou de ser apenas modalidade competitiva: tornou-se atividade recreativa, geradora de mercado e de novas experiências. Para o Piauí, isso representa uma oportunidade concreta de desenvolvimento esportivo e econômico — com o cuidado imprescindível de planejar trilhas, investir em segurança e fomentar a inclusão. O momento é de capitalizar o interesse crescente, transformar espectadores em praticantes e trilhas em negócios sustentáveis.
Dados e fontes:
- Plataforma Ticket Sports / análise de participação em ciclismo (crescimento de 6,1% entre 2023–2024). (Bike aos pedaços)
- Relatórios de mercado sobre mountain bike (projeções globais de crescimento e valor do mercado 2024–2025). (The Business Research Company)
- Relatórios de mercado e previsões para e-bikes (estatísticas globais 2024–2025). (Grand View Research)
- Pesquisas e relatórios de engajamento/estado do esporte (Pinkbike / UCI / relatórios de eventos, 2023–2024). (pinkbike.com)
- Artigos sobre segurança e barreiras à participação (panorama 2024–2025). (The Guardian)







